
Bleeding Edge é o meu tipo de projecto favorito. Um estúdio já estabelecido e conhecido por pontos característicos, decide romper com o tradicional e apostar numa arrojada e inesperada mudança que surpreende tudo e todos. Basta pensar na Insomniac Games e Sunset Overdrive, ou a Guerrilla Games com Horizon Zero Dawn para ficar com uma ideia do porquê de adorar tanto essa possibilidade. A Ninja Theory é o mais recente caso de um estúdio de alto perfil a fugir por completo ao que esperas dela.
Conhecida pelos seus jogos de acção para um jogador, com grande orientação cinematográfica, nos quais explora uma proximidade entre jogador e mundo de jogo através de protagonistas fortes e cativantes, a Ninja Theory decidiu dar uma pausa no expectável e apostar, com o apoio da Xbox Game Studios à qual pertence, numa experiência multiplayer 4v4 competitiva na qual parece combinar os conceitos dos beat'em ups de outrora com o dos shooters competitivos de agora. Um Overwatch misturado com Streets of Rage?
Bleeding Edge parece, de diversas formas, um sucessor espiritual de clássicos da SEGA, que imagina como seriam diversos jogos arcade se fossem feitos hoje. Imagina beat'em ups como Spike Out que a SEGA lançou em 1999 ou Anarchy Reigns que a Platinum Games apresentou em 2012. Figura como o mais recente na "sua espécie", mas apresentados com toda a contextualização que esta era actual exige. Jogos carregados de sabor arcade, frenéticos, acessíveis, mas com profundidade e dificuldade. A Ninja Theory parece ter imaginado como seriam sucessores espirituais lançados em 2020, numa era em que a componente online é cada vez mais importante e predomina nos ambientes competitivos para vários jogadores. Tudo isto torna Bleeding Edge extremamente cativante.
Comentários
Postar um comentário